sexta-feira, 21 de junho de 2013

As Mídias Sociais e o Movimento Passe Livre.

Na semana passada, o Brasil conheceu o Movimento Passe Livre, uma iniciativa que ocorre desde 2003 e que eclodiu no maior protesto populacional já visto desde o impeachment do presidente Collor. Hoje estamos interligados mundialmente, somos bombardeados de informação o tempo todo, a internet é nossa realidade, e é através dela que se fizeram possíveis os últimos protestos. Mas como? O que são essas mídias sociais e de que forma elas auxiliaram as ações dos manifestantes?

Mídias sociais são os meios através dos quais as pessoas se comunicam no universo virtual; isso inclui desde redes sociais como facebook e twitter, até redes de compartilhamento como youtube, vimeo e flickr. O blog da nossa agência também está inserido no contexto das mídias sociais!


A atual geração, conhecida como geração digital está imersa nesse universo virtual, estima-se que no começo do ano mais de três milhões de brasileiros se uniram ao facebook, e essa inserção no mundo virtual interfere, e muito, na maneira como recebemos as informações.

Quinta-feira passada ocorreu o quarto ato do Movimento Passe Livre, cerca de dez mil pessoas cercaram ruas e avenidas em São Paulo reivindicando a tarifa zero no transporte público. A repressão da polícia foi forte: balas de borracha, gás lacrimogênio e bombas de efeito moral feriram diversas pessoas e a repercussão na mídia foi grande, principalmente na internet; o facebook, por exemplo, se tornou uma plataforma de discussão positiva e negativa do evento.



E como isso aconteceu e de que forma a internet foi usada para divulgar o movimento?

Hoje podemos nos informar sobre tudo pela internet, o próprio Movimento Passe Livre tem um blog explicando suas origens e propostas, e a população vem usando a internet como um meio de transmitir seu ponto de vista. Foi criada uma descrição do quarto ato na Wikipédia, surgiram depoimentos e vídeos de manifestantes, que rapidamente se tornaram virais, alcançando milhares de pessoas. Internautas que concordavam e discordavam com o ato expressaram por textos, imagens e charges suas opiniões gerando forum de discussões sobre a política do país, as plataformas de comunicação foram cobertas por notícias do protesto, o Brasil estava em pauta, a comoção nacional começava a se instalar.



http://saopaulo.mpl.org.br/

Começou-se então a usar as redes sociais para formular um protesto nacional, que ocorreria na segunda-feira (17/06). Foram criados eventos no facebook para organizar os atos, divulgando os protestos;  as pessoas, percebendo o poder da comunicação virtual começaram a fazer suas intervenções, o perfil no twitter de uma grande revista foi invadido, e foram criados vídeos virais, como o da brasileira Carla Dauden, criticando a Copa no Brasil. Em três dias o vídeo já ultrapassou a marca de um milhão e meio de viewers. Um dos grandes trunfos da organização do quinto ato foi a promoção de ações virais, caíram nas redes as hashtags “#whitemonday” e “#vemprajanela”, a proposta da primeira ação era usar na segunda-feira uma roupa branca simbolizando a paz, a da segunda era colocar um pano branco nas janelas de casas e apartamentos, assim, mesmo quem não queria ir para as ruas poderia mostrar apoio ao protesto; nas duas ações, as pessoas deveriam tirar fotos e compartilhá-las nas redes.






(As ações virais aliás, se tornaram referência de sucesso: vide a propaganda da Vivo contando a história de “Eduardo e Mônica” e o recente “Retratos da real beleza” da Dove.)

https://www.youtube.com/watch?v=9qr0378vrXA
https://www.youtube.com/watch?v=Il0nz0LHbcM 

A divulgação online permitiu que brasileiros no mundo todo entrassem em contato com o que acontecia no Brasil, e foram realizados atos em diversos países, como Irlanda, Inglaterra, México, Estados Unidos, Argentina, entre outros. Celebridades nacionais e internacionais apoiaram a causa. O Movimento ganhou notoriedade mundialmente. [Recentemente, aconteceu algo semelhante: protestos na Turquia ganharam status internacional através da divulgação virtual.]




As mídias sociais se tornaram então, um item essencial na comunicação, seja para caráter político, para divulgar movimentos sociais, seja para fins de publicidade e propaganda. O fato é que grandes empresas já possuem (e devem possuir) perfis no facebook e twitter, além de blogs. E se não nos inserirmos nessas novas plataformas, estaremos presos no tempo, perdendo campo de divulgação e promoção.


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