quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Nossas crianças e a Publicidade.

No último fim de semana comemoramos o Dia das Crianças, e isso me fez refletir sobre a nova geração "millenial", como ela vê a própria infância, e o mais importante, como ela a renega.

(Thylane Blondeau - a top model mirim mais famosa do momento)

Os milleniais são os nascidos no começo dos anos 2000, ou seja, na era digital, são os jovens habituados a navegar por diferentes meios de comunicação, por ampliarem sua rede social em níveis continentais, é a juventude que busca constantemente reinventar-se e encontrar-se no meio dos nichos sociais. Estão inseridos na sociedade do consumo, por isso, independente da idade, são vistos como consumidores, como compradores em potencial, e o mercado, amplo como é, não pode restringir esse público apenas aos brinquedos, e por isso, presenciamos um fenômeno que poderíamos chamar de "adultização" das nossas crianças. 



(Outdoor da Lilica Repilica - Um menina com um doce na mão e a boca toda lambuzada. 
Pesado não?)


(No texto: Qual maquiagem com qual idade? Como se maquiar com 13 anos?)


(Valisère - "O primeiro sutiã a gente nunca esquece". Apesar de cultuado, o comercial não me agrada, especialmente pelo final. E ai, qual sua opinião?)

Os anúncios publicitários induzem as crianças ao consumismo, e nesse processo acabam ultrapassando limites e recriando valores, usa-se um erotismo precoce, estabelece-se um vínculo com a moda, cria-se cedo a ideia de que "somos o que possuímos" e assim, quebra-se a barreira do bom senso, e reconsidera-se a ideia do que é "cool". 
Aos 12 anos "deixamos" de ser criança, nosso senso crítico começa a se formar e é bombardeado por informações.




Na era tecnológica esse processo acaba sendo intensificado e adequado as novas necessidades do mercado. 





Na era dos milleniais há uma necessidade paternal de suprir a ausência emocional, o que é feito através da realização dos desejos infantis, não há tempo, nem paciência para rebater, conversar e negar, o jeito é sanar as exigências infantis dando às crianças o que elas desejam, e aos pais a paz que eles "precisam". 

(Campanha de e-mail marketing)

(Aplicativo infantil para Iphone)

Além do consumismo infantil, outro problema grave que enfrentamos é o aumento da obesidade em crianças.


A rede não escapou da multa...


e há pouco tempo resolveu adotar uma postura um pouco mais saudável para seus consumidores mirins. 



A Publicidade infantil é sem dúvida um assunto delicado, claro que não podemos excluir essa classe de "consumidores", mas devemos sim buscar uma maneira correta de abordá-los, especialmente agora, com a geração i-pad, que possui amplo acesso à informação e, portanto, muito mais contato com anúncios e campanhas. 

O CONAR (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) vem tornando mais rígidas as normas para publicidade infantil, e aparentemente, a preocupação paternal caminha junto, com a construções de organizações como a Alana, que luta pela preservação dos valores da criança também no âmbito publicitário. 




sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Putz! Pegou...

Vindo do rádio, o Jingle é uma estratégia antiga usada para divulgar uma marca, serviço ou produto. No Brasil essa prática surgiu na década de 30 e ainda hoje é uma excelente forma de posicionamento. Afinal uma música curta, fácil e melódica, gruda que nem carrapato!

Um Jingle é uma mensagem publicitária cantada, uma música curta, recheada de rimas um tanto quanto infantis. É imprescindível que em sua letra sejam usadas palavras do universo do tema a ser divulgado, e a aposta na redundância ajuda a frisar o produto.


O Jingle do Guaraná ilustra bem essa situação:


“Pipoca na panela
Começa a arrebentar
Pipoca com sal
Que sede que dá
Pipoca e guaraná, que programa legal
Só eu e você
E sempre no ar, que tal?
Eu quero ver pipoca pular
Pipoca com guaraná
Eu quero ver pipoca pular
Pipoca com guaraná
Eu quero ver pipoca pular, pular
Sou louca por pipoca e guaraná
Guaraná”


Esse fenômeno de grudar na cabeça tem um nome: “earworms”!

Quando escutamos uma música, a melodia reproduz estímulos nervosos no nosso cérebro e a repetição desses estímulos faz com que a gente não consiga mais esquecer alguns trechos.



E uma um pouco mais antiga...


Com durações de 30 segundos (podendo chegar no 1 minuto) os Jingles devem transmitir em pouco tempo a mensagem, e, portanto, o processo de criação pode ser um tanto quanto complicado.

Para garantir o sucesso de um Jingle, o produtor musical Henrique Ruiz Nicolau enuncia alguns pontos a seguir:

·         ritmo contagiante
·         letra de “facil digestão”
·         forma da composição e harmonia familiares
·         “ganchos” ou “gimmicks” que são detalhes unicos que façam vc ficar ligado na musica estando ou não escutando ela (ex. a pandeirola em Satisfaction do Rolling Stones que fica la no cantinho fazendo “tcha tcha tcha” durante a música ou os “lalalas” no backvocal de Obladi Oblada).

(confira na integra a entrevista do produtor para o “UpdateorDie”: http://www.updateordie.com/2013/06/19/o-processo-de-criacao-do-jingle-vem-pra-rua-fiat/)

O Henrique é o cara por trás do “hino” “Vem pra Rua”.


(Comercial produzido para a FIAT, com o conceito desenvolvido em cima das manifestações populares e da proximidade da Copa..acabou gerando uma música)

Um bom background sonoro já provou mudar a cara da propaganda, mas como o licenciamento de músicas famosas nem sempre é uma ideia econômica, o Jingle ainda se mantém como o melhor custo-benefício, para quem busca uma forma rápida de prender seus clientes.

(Música do Rei em um comercial da Nestlé)

Até os políticos seguem essa onda:



E para fechar, como esquecer o nosso querido Dolly, o coisa grudenta! Rs*