No último fim
de semana comemoramos o Dia das Crianças, e isso me fez refletir sobre a nova geração "millenial", como ela vê a própria infância, e o mais importante, como ela a renega.
(Thylane Blondeau - a top model mirim mais famosa do momento)
Os milleniais são os nascidos no começo dos anos 2000, ou seja, na era digital, são os jovens habituados a navegar por diferentes meios de comunicação, por ampliarem sua rede social em níveis continentais, é a juventude que busca constantemente reinventar-se e encontrar-se no meio dos nichos sociais. Estão inseridos na sociedade do consumo, por isso, independente da idade, são vistos como consumidores, como compradores em potencial, e o mercado, amplo como é, não pode restringir esse público apenas aos brinquedos, e por isso, presenciamos um fenômeno que poderíamos chamar de "adultização" das nossas crianças.
(Outdoor da Lilica Repilica - Um menina com um doce na mão e a boca toda lambuzada.
Pesado não?)
(No texto: Qual maquiagem com qual idade? Como se maquiar com 13 anos?)
(Valisère - "O primeiro sutiã a gente nunca esquece". Apesar de cultuado, o comercial não me agrada, especialmente pelo final. E ai, qual sua opinião?)
Os anúncios publicitários induzem as crianças ao consumismo, e nesse processo acabam ultrapassando limites e recriando valores, usa-se um erotismo precoce, estabelece-se um vínculo com a moda, cria-se cedo a ideia de que "somos o que possuímos" e assim, quebra-se a barreira do bom senso, e reconsidera-se a ideia do que é "cool".
Aos 12 anos "deixamos" de ser criança, nosso senso crítico começa a se formar e é bombardeado por informações.
Na era tecnológica esse processo acaba sendo intensificado e adequado as novas necessidades do mercado.
Na era dos milleniais há uma necessidade paternal de suprir a ausência emocional, o que é feito através da realização dos desejos infantis, não há tempo, nem paciência para rebater, conversar e negar, o jeito é sanar as exigências infantis dando às crianças o que elas desejam, e aos pais a paz que eles "precisam".
(Campanha de e-mail marketing)
(Aplicativo infantil para Iphone)
Além do consumismo infantil, outro problema grave que enfrentamos é o aumento da obesidade em crianças.
A rede não escapou da multa...
e há pouco tempo resolveu adotar uma postura um pouco mais saudável para seus consumidores mirins.
A Publicidade infantil é sem dúvida um assunto delicado, claro que não podemos excluir essa classe de "consumidores", mas devemos sim buscar uma maneira correta de abordá-los, especialmente agora, com a geração i-pad, que possui amplo acesso à informação e, portanto, muito mais contato com anúncios e campanhas.
O CONAR (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) vem tornando mais rígidas as normas para publicidade infantil, e aparentemente, a preocupação paternal caminha junto, com a construções de organizações como a Alana, que luta pela preservação dos valores da criança também no âmbito publicitário.