Como diferir o produto, a
propaganda para os adultos daquelas que podem ser vistas e expostas a todos? O
teor da propaganda quase nunca se limita apenas pelo produto que está sendo
vinculado, mas por fatores estéticos e do diálogo também apresentados em que
nudez ou semi nudez surgem como apelo para um grande e alto “ME OLHE!” não se
importando muito com a faixa etária de seu público ou ainda colocando um limite
de idade, porém sem se preocupar se os que fogem dessa fixa terão ou não acesso.
O apelo mais utilizado é sem
dúvida nenhuma a nudez feminina. O corpo da mulher ainda é um dos mecanismos de
atração que faz qualquer marmanjo parar e prestar atenção, mas, além disso,
temos uma nova tendência vinda à tona. Com a libertação feminina, o feminismo,
a independência da mulher e suas conquistas por direitos, o homem também ganha
uma “coisificação” de seu corpo para ter então este mesmo apelo.
Estudo sobre o apelo sexual nas
propagandas começou de maneira mais profunda apenas na década de 70. Em um
artigo sobre o assunto, ROSSI e PETROLL (2008), dissertam o porquê da finalidade
do apelo sexual: Voyeurismo e fazer com que o próprio público se sinta mais
atraente e desejável são os principais fatores.
Os comerciais da marca de
desodorante AXE são uns dos ótimos exemplos de como o apelo sexual pode fazer com
que o seu público alvo crie em si a “ilusão” de que ao usar o produto o seu
poder de atração será duplicado ou quem sabe triplicado, atraindo as mulheres
de um jeito indescritível. Claro que cheiro é um dos sentidos que fazem com que
pessoas se atraiam uma pelas outras; não vivemos só da visão, mas de todos os
outros sentidos dos quais temos em nosso organismo. A AXE utiliza assim o olfato
como a liberação imaginativa de atração mútua entre homens e mulheres.
Com certeza todo tipo de apelação
está vinculado ao poder ou persuasão de compra, obtendo uma resposta e a
criação de uma fantasia em cima do produto oferecido. Nós não compramos apenas
um produto, mas todo um conceito e uma ideia passada por ele, por sua
PROPAGANDA!
“Há diferenças entre os diversos tipos de anúncios sexualmente
apelativos ou sem apelo sexual no que se refere às atitudes do consumidor
quanto à propaganda, à marca do produto anunciado, à imagem da empresa
anunciante, aos julgamentos éticos e à intenção de compra.” (IDEM, 2008).
Se um produto já contém em si o
direcionamento consciente ao público adulto e tem em si a real intenção de
falar sobre a sexualidade humana, vemos uma manipulação dos desejos sexuais
mais sutis que muitas vezes podemos ver em propagandas de cerveja, por exemplo.
Porém, o que fica preocupante são
os abusos que o apelo sexual faz ou a quebra da linha tênue da fantasia
infantil para a erotização.
Somos uma sociedade que
visualmente está vinculada e articulada a ver, desejar e consumir. A propaganda
é um caminho para vender e convencer, mas deixamos aqui um pequeno lembrete de
ter consciência e propagar de modo coerente e não abusivo, lembrando que o
humor ainda é a melhor solução para as mais difíceis situações.
Sexo é assunto de adulto, erotização também e isso deve ser respeitado, apenas isso.